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Tribunal Pleno presta homenagem ao desembargador Luís Felipe Boson

Tribunal Pleno presta homenagem ao desembargador Luís Felipe Boson

A sessão do Tribunal Pleno, na tarde desta quinta-feira (13/7), foi marcada por manifestações de consternação, tristeza e homenagens ao desembargador do TRT-MG, Luís Felipe Lopes Boson, que faleceu horas antes da abertura da sessão. O presidente, desembargador Ricardo Mohallem,  ao abrir os trabalhos, esclareceu que todos estavam tocados pelo ocorrido ao final da manhã, e, por isso, pediu aos relatores a retirada de matérias que constavam da pauta e propôs que os processos fossem a julgamento na próxima sessão, no início do mês de agosto.

Como havia advogados inscritos para sustentação oral e o Tribunal também recebia uma turma de estudantes da Universidade Federal de Juiz de Fora, o presidente considerou importante ao menos abrir a sessão e manter votação apenas de matérias com maior relevância, especialmente, de cunho administrativo, no Órgão Especial.

 

Homenagens de magistrados e servidores

O corregedor do TRT-MG, desembargador Fernando Rios Neto, faria a homenagem ao desembargador Boson pela aposentadoria, no entanto, muito consternado e emocionado, ele pediu licença para manter a homenagem e abriu o pronunciamento relembrando que o pai do desembargador Luís Felipe, Gerson Brito Melo Boson, foi reitor da UFMG, de fevereiro de 1967 a outubro de 1969. 

Destacou que, embora tenha sido um dos melhores reitores da universidade, o professor Gerson foi compulsoriamente aposentado com base no AI-5. Fato relembrado não só por ser alusivo à violência da ditadura, mas também por influenciar na formação do filho Luís Felipe, na época, com apenas 10 anos de idade.

Rios Neto lembrou ainda que o professor Gerson mandou instalar o painel no hall do Edifício da Reitoria, de autoria da artista plástica e professora da Escola de Belas Artes, Yara Tupynambá.  Ainda que no contexto de ditadura militar, ele encomendou que se escrevesse no painel a frase de sua autoria: “Condição primeira para a cultura é a liberdade”.  

O corregedor também ressaltou que Boson, mestre e doutor, era elogiado pela honestidade, competência e pelo exemplo no desempenho da função de juiz, que exercia com coragem, verdade, lealdade, prudência e contenção.

Antes de encerrar a homenagem, recheada de lembranças dos encontros da turma que se formou em Direito em 1982 e que reuniu colegas, não só de formação, mas também de profissão, Rios Neto transmitiu a seguinte homenagem dos servidores do gabinete do desembargador Boson:  

“Não há vento favorável para aqueles que não sabem para onde ir. Não nos incluímos entre estes. Tivemos nossa bússola durante vários anos, guiando nossa busca sem tropeços. Tivemos o nosso guia, não um chefe, mas um amigo, não um professor, mas um conselheiro, e agora aqui, estamos repletos de gratidão para homenagear alguém cuja aposentadoria deixa um vazio enorme. Ele tem lugar especial em nossas vidas pelo exemplo de liderança, sabedoria, integridade e justiça, princípios que alicerçaram em nós valores sólidos. Sua atuação respeitosa e imparcial construiu um time unido, coeso e com ele aprendemos a trilhar um caminho baseado na ética, na honestidade e no respeito ao próximo. Admiramos sua habilidade de ouvir, compreender e mediar. Hoje, com a certeza de uma missão eminentemente cumprida, honramos seu legado e curvamo-nos à sua grandeza. Ao querido chefe e amigo Dr. Boson, muito obrigado”.

Palavra precisa e cortante

Logo em seguida, o presidente do TRT-MG disse palavras de homenagem e elogio à personalidade e às qualidades do desembargador Luís Felipe Boson. Lembrou que era alguém que sempre o apoiava e tinha o dom da palavra econômica, adequada, precisa e cortante. “Não tenho palavras para expressar a minha dor, o vazio que ele deixou em todos nós, ao partir neste inverno de 2023”.

As manifestações de outros colegas desembargadores prosseguiram, com emoção, falas embargadas e saudades.

Carreira no TRT-MG

Luís Felipe Lopes Boson ingressou na magistratura trabalhista em 1989, por concurso público para juiz do trabalho substituto. Presidiu as JCJs de Montes Claros, Patrocínio, Ouro Preto, 4ª de Betim e 8ª de Belo Horizonte. Foi promovido em 1991 a presidente da Vara de Matozinhos, transformada na 2ª Vara  do Trabalho de Pedro Leopoldo. Em 2014, foi promovido ao Tribunal por antiguidade, onde atuou na Terceira Turma de Julgamento e na 2ª SDI.

Órgão Especial

Após o encerramento da sessão de Pleno, foi aberta a sessão de Órgão Especial, em cuja pauta foram mantidas apenas matérias administrativas, entre elas: a aposentadoria da juíza Cláudia Rocha Welterlin, titular da 1ª Vara do Trabalho de Barbacena.

Os desembargadores prestaram agradecimentos à magistrada e também aos seguintes servidores, que tiveram a aposentadoria referendada pelos integrantes do Órgão Especial: Natália Fonseca Pacheco, Makcy Aparecida Brandão Bicalho, Carla Deotti Silva Barbosa, Marco Túlio Bandeira de Melo, Sônia Sueli da Costa Pinheiro, Meirelane Batista Simões e Sílvia Helena Vieira Lopes.

 

Fonte: TRT3

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